O Afonso adora enfiar-se nestas livrarias de centros comerciais e ficar que tempos sentado a vasculhar os livros, infantis.
Enquanto isso, vou desfolhando o que ali há por perto. Normalmente a minha tendência é para livros na Lingua Inglesa.
A semana passada, prendi-me num livro de Sonetos de Florbela Espanca.
Tal como sempre costumo fazer, abro ao calhas e onde abriu, leio essa página.
Vã esperança de que haja um prenúncio mágico a fazer sentido ao meu percurso de vida... uma gracinha que faço desde ternos anos.
Eis o que me saiu:
Tudo é vaidade neste mundo vão...
Tudo é tristeza, tudo é pó, é nada!
E mal desponta em nós a madrugada,
Vem logo a noite encher o coração!
Até o amor nos mente, essa canção
Que o nosso peito ri à gargalhada,
Flor que é nascida e logo desfolhada,
Pétalas que se pisam pelo chão!...
Beijos de amor! Pra quê?! ... Tristes vaidades!
Sonhos que logo são realidades,
Que nos deixam a alma como morta!
Só neles acredita quem é louca!
Beijos de amor que vão de boca em boca,
Como pobres que vão de porta em porta!...
[Florbela Espanca, Pra quê?]
Amarelei um sorriso. Virei a página.
. Missing
. Amiga
. Uma questão de correspond...